domingo, 28 de julho de 2013

Só um pouquinho mais de atenção...

Oi pessoas...

Domingão chegando ao fim e uma nova semana começando. Graças a Deus!
Aqui (e lá na clínica), tudo na mais perfeita paz. Ontem ele esteve aqui perto de casa, em um evento de NA, mas preferi não ir ao seu encontro. Acho que ainda não é a hora e que não estou pronta.

Mas enfim, e vamos que vamos... A vida continua!


A postagem de hoje veio com o intuito de aderir ao que muitas de nós estamos clamando nos blogs há tempos: ATENÇÃO E CUIDADOS AOS FAMILIARES DE DEPENDENTES QUÍMICOS!

A UNIÃO FAZ A FORÇA! VAMOS ASSINAR E DIVULGAR!

A TV, os jornais e as revistas frequentemente associam a dependência química à criminalidade e marginalização. Raramente vemos reportagens explicando as formas de tratamento e enfatizando que a família também necessita de cuidados especiais, pois, caso contrário, a recuperação do DQ pode ir por água abaixo.

É preciso lutar por informações de qualidade e baseadas na realidade de que ninguém está imune a isso.
Não se trata de "passar a mão na cabeça" do DQ e tratá-lo como coitadinho, mas é preciso esclarecer sobre a doença da dependência química e da codependência. 

O DEPENDENTE QUÍMICO PRECISA DE TRATAMENTO ASSIM COMO OS CODEPENDENTES!

Se a dependência química não for tratada desde o início, logo que detectada, o futuro do usuário pode ser trágico (prisão, cracolândias, overdose, morte...).

A DEPENDÊNCIA QUÍMICA É UMA DOENÇA QUE AFETA TANTO O USUÁRIO QUANTO SEUS FAMILIARES!
Milhares de famílias estão isoladas, vivendo na dor, sem saber como agir e em que lugar podem encontrar ajuda!

Segue um abaixo assinado solicitando mais atenção ao assunto.

Basta assinar seu NOME COMPLETO, E-MAIL e DATA DE NASCIMENTO.

CLIQUE AQUI  e assine!


“Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá diminuir a difusão e a dependência química. É necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro. Precisamos todos de olhar o outro com os olhos de amor de Cristo, aprender a abraçar quem passa necessidade, para expressar solidariedade, afeto e amor."

“Estendamos a mão a quem vive em dificuldade, a quem caiu na escuridão da dependência, talvez sem saber como, e digamos-lhe: Você pode se levantar, pode subir; é exigente, mas é possível se você o quiser”.
“Queridos amigos, queria dizer a cada um de vocês, mas sobretudo a tantas outras pessoas que ainda não tiveram a coragem de empreender o mesmo caminho de vocês: Você é o protagonista da subida; esta é a condição imprescindível! Você encontrará a mão estendida de quem quer lhe ajudar, mas ninguém pode fazer a subida no seu lugar. Mas vocês nunca estão sozinhos!”
(Papa Francisco)

No mais, desejo uma abençoada semana para todos.
Beijos floridos!


quinta-feira, 25 de julho de 2013

A conversa

Boa noite...

Uma coisa que tenho aprendido e praticado de uns meses para cá é pensar antes de tirar minhas conclusões finais. Por mais que eu sinta muita raiva no momento em que alguma coisa saia do eixo, eu espero os nervos se acalmarem e só depois penso no assunto.  
Além disso, depois que comecei a lutar por minha recuperação, passei também a não entrar em desespero, por pior que pareça ser a situação. Busco o que de melhor posso tirar do pior.


Ontem no início da tarde eu conversei com o terapeuta e fiquei mordida de raiva, pois ele me falou que meu DQ estava vestido em seu melhor traje de arrogância. Enquanto ele falava, eu só pensava: "Não é possível! Será que ele não vai aprender nunca???". E desliguei o telefone com minhas esperanças indo pelo ralo. Mas, passados alguns minutos, eu respirei fundo e desviei meu foco para outros lados.

E já no fim da tarde, um amigo dele, que ele ama muito e que ficou internado no mesmo período que ele, foi até lá e levou uma carta minha. Eu fui muito dura em minhas palavras. Voltei a dizer-lhe que se essa fosse a escolha dele, que não contasse comigo. Falei também sobre sua ingratidão à Deus.

Chegando em casa eu entrei em oração. Era o melhor que eu devia fazer.
Dobrei meus joelhos e pedi apenas que Deus incomodasse o coração dele. Que fizesse o melhor para nós dois. Pedi também que colocasse as palavras certas em minha boca quando conversássemos, que o Espírito Santo falasse por mim.

Entreguei... Entreguei... Entreguei... Entreguei...
Vivenciando o 3º Passo!

E vivenciando alguns lemas: "Pense"; "Solte-se e entregue-se a Deus"; "Um dia de cada vez"; "Vá com calma".


Hoje eu falei com ele por telefone.
Disse a ele que queria saber o que ele tinha a me dizer depois do que o terapeuta me contou.
Sua voz estava engasgada.

Algumas frases...

"Não te liguei porque achei que era o mínimo que eu poderia fazer por você, já que foi isso que você me pediu..."

"Chega! Eu não quero mais isso! Eu não quero mais passar por aquelas humilhações que passei nos dias que estava usando."

"Eu estou muito preocupado com você aí, sem grana."

"Eu fico pensando na forma que te deixei aí, sozinha, e cuidando dos bichos..."

"Eu tentei falar com sua mãe, mas não consegui."

"Eu errei muito não me preocupando com o tempo que eu estava limpo.  Parecia que eu sabia que ia dar nisso. E eu cheguei qui no dia do meu aniversário. Isso é muito importante. Agora eu quero comemorar meu aniversário sempre. Eu tenho dois motivos para comemorar."

"Hoje cedo eu conversei com o titio* e pedi desculpas, conversei muito com ele. Eu agora vou seguir os direcionamentos dele."
(*forma carinhosa que eles chamam o terapeuta)

"Eu descobri porque eu não queria ter filhos. Puro egoísmo. Eu não queria dividir nada meu. Mas agora eu vi que isso é importante, eu cuidar de alguém, que isso vai ser uma luz para mim."

"Eu tenho certeza de que foi Deus que me trouxe aqui. Ele me mostrou o quanto sou idiota, que eu tenho tudo e que Ele vai me tirar tudo se eu não mudar..."

"Eu me arrependo de um monte de coisas... Me arrependo de cada dia que deixei de ir à missa com você."

"Agora eu vi que tenho que viver esse programa. Que não tenho escolha. Você tava certa, eu não posso ter tudo, todo mundo tem que abrir mão de alguma coisa..."

"Eu quero ser feliz com o simples."

"Eu penso o tempo inteiro em uma frase que você andava me dizendo 'Eu te amo muito'. Você sempre dizia que me amava, mas nesses dias você dizia que me amava MUITO. Isso está mexendo demais comigo."

"Fica com Deus... Eu sei que você sempre está com Ele. Eu te amo muito, meu anjo!"


Por algumas vezes eu interrompia e dizia coisas como: "Você me falou tudo isso ano passado, e eu acreditei. É muito difícil acreditar de novo"
E ele respondia: "Eu sei, por isso que eu não vou te prometer nada... Sei que você não vai acreditar, mas eu vou te mostrar com o tempo..."


Se tudo que ele falou é verdade ou não, eu não tenho a menor ideia.
Mas isso não importa agora. Agora quero pensar em mim, em minha recuperação.
Ainda tem muita água para rolar por baixo da ponte.
E ontem, quando eu conversava com Deus, prometi que não iria sofrer por antecipação, não iria ficar pensando se ele vai ou não se render.

Entreguei... Entreguei... Entreguei... Entreguei...
Vivenciando o 3º Passo!

Optei por esperar.

Vivenciar os lemas: "Um dia de cada vez" e "Viva e deixe viver".

Não é isso que aprendemos no grupo?
Então... Assim farei!

Apenas duas coisas eu posso afirmar de verdade:
A primeira  é que não há espaço para a droga. Não suporto mais.
E a segunda é o que eu andava dizendo a ele: EU O AMO MUITO!

E o que deixo agora para vocês, é o trecho de uma canção (que eu amo) do Padre Fábio de Melo, que, por providência Divina, tocou na TV enquanto eu escrevia este post...


"... Vida, tua cor colore o céu

Vida, teu calor acende a luz
Tece a melodia e deixa o teu sinal, onde o vento canta ao sol
Sombras se dissipam e se vão quando se demonstra o teu poder
Alma do universo, expressão de Deus, digo sim ao teu querer
Mesmo que hajam forças contra ti sempre nascerão as estações
Incansável luta, não te cansarás eu sei que sobreviverás..."

(As estações da vida)



"Não se preocupe com as ações futuras dos outros. Tampouco espere  que eles piorem ou melhorem, à medida que o tempo passa, pois essas expectativas são pura criação. Este é um trabalho de Deus, não seu. Somente o amor pode criar. Ame e solte-se."
(Dia 25 de Julho; Pág. 207 - Livro Azul - Nar-Anon)

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Passos

Oi gentes,

E a vida está seguindo! Graças a Deus.

Nesses dias que se seguiram com a ausência de meu DQ passei por momentos de humor variado: vivi o "tô nem aí, a escolha foi dele"; já senti raiva; já senti impotência; um pouquinho de dor; saudade; e por aí vai... Ontem, por exemplo, eu estava irritadíssima, pois me dei conta de que o prejuízo financeiro vai ser muito maior do que eu pensava, já que ele ficará um mês sem trabalhar, e ele recebe por produção! Mas não deixei isso estragar meu dia, quando eu lembrava dele e percebia a raiva chegando eu logo desviava o pensamento. Até porque, o prejuízo será dele, e não meu!

Mas seja qual tenha sido a emoção desses dias, a serenidade esteve presente sempre. Nada me fez sair do eixo, nada me fez cair na auto-piedade ou no sentimento de culpa.

Ontem, para desviar o foco para mim mesma, eu curti horrores minha nova cachorrinha (que batizei de Flor!), me diverti vendo um filme com uma amiga, resolvi coisas do novo apartamento, almocei churrasco (delícia!), fui para a reunião do Nar-Anon, além de trabalhar, é claro!

A reunião, diga-se de passagem, foi ótima. E eu confirmei que realmente estou caminhando nos passos.
No meu Diário de Recuperação, estou no Passo 2, mas tenho certeza de que já assimilei o Passo 3 também.


Passo 1
Admitimos que éramos impotentes perante o adicto - que nossas vida tinham se tornado incontroláveis.

No começo de nossa relação, quando eu ainda não tinha real noção do que era a dependência química, eu achava que se eu estivesse perto dele o tempo todo nada aconteceria. Que eu era capaz de protegê-lo, de cuidar. Doce ilusão! Eu o monitorava desesperadamente. Deixei de respirar por mim para respirar para ele! Meus pensamentos eram direcionados a ele 24 horas por dia.
Insanidade total!
Até que veio o dia 13 de março de 2012 para me mostrar que a coisa não era bem assim, que nada daquilo o impediria de usar. Aquele foi o pior dia da minha vida, mas foi também um dos mais importantes, pois abri meus olhos e enxerguei a minha impotência. E então eu o internei... E naquele momento eu compreendi que o fato dele se manter limpo ou não, não dependia de mim!


Passo 2
Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia nos devolver a sanidade.

Quando eu percebi que meu amor estava limpo, feliz, bem e tranquilo, tornando-se um ser produtivo da sociedade, graças a Deus, eu não tinha mais com o que me preocupar.
E o que eu fiz?
Arrumei problema aonde não existia! Como a droga não estava mais entre a gente eu coloquei outras coisas no lugar. E eu entrei no poço mais fundo que já vi em toda minha vida, e a auto-piedade foi minha maior companheira.
Insanidade era a palavra que me descrevia.
Eu não precisava controlar a droga, mas controlava absolutamente tudo da vida dele (o dinheiro, a comida, as roupas, os horários...).
Ou seja, regredi no Passo 1 e deixei de lado o Passo 2!
Eu estava assim até pouco mais de um mês atrás.
Eu tenho muita fé, mas não estava permitindo que Deus agisse em mim.
Quando assumi de verdade o quanto eu estava descontrolada, e fui em busca de recuperação, tudo melhorou como num passe de mágica!
E melhorou também nossa vida a dois. Estávamos muito felizes nesse último mês. Nossas vidas haviam encontrado o caminho certo.
Hoje, apesar dele não estar aqui, apesar dele ter escolhido a droga, me sinto muito mais leve, muito mais serena, lúcida e feliz.


Passo 3
Tomamos a decisão de entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, como nós O concebíamos.

Quando ele estava na ativa, minha oração era desequilibrada e desesperada. Eu pedia para Deus fazê-lo parar de usar. Não entendia que Deus só conseguiria agir se meu amor permitisse. Eu não lembrava de pedir a Deus por mim, pois achava que eu não precisava de cuidados. Ele era meu foco!
Quando meu DQ saiu bem da clínica, eu relaxei na oração. Eu apenas confiava, mas, de certa forma, acho que fui ingrata com Deus. Não sei...
Agora, eu me reconciliei com Aquele que é o único capaz de cuidar de mim, além de mim mesma.
Peço todos os dias que eu tenha a graça de modificar meu jeito de ser, meus pensamentos para que a insanidade não retorne, e para que eu aprenda a me desligar com amor. Peço a graça de viver bem!


Não sei como será o Passo 4. Confesso que evito de pensar nele.
Ainda não escolhi uma madrinha no Nar-Anon, estou em dúvida entre duas pessoas, mas acho que ela será importantíssima na minha recuperação para me guiar nesse Passo.


Quanto ao meu amor, estou orando para que ele tenha o despertar espiritual, pois essa é a única coisa que está ao meu alcance. Acho que isso é o que mais falta nele. E penso que só estamos em recuperação de verdade quando conseguimos unir de forma equilibrada todos os elos: programa x espiritual x psicológico.

Após uma recaída, o DQ tem dois caminhos a seguir: ou usá-la a seu favor, levantar-se e subir novamente os degraus; ou cavar seu próprio buraco, o mais fundo que ele conseguir e continuar achando que pode fazer de jeito dele! 
Seja qual for a escolha. Só nos resta aceitar!

Fiquem com Deus.
Beijos e flores para todos!

domingo, 21 de julho de 2013

Orai e vigiai

Oi pessoas...

Aqui tudo está na mais perfeita paz.
O apartamento, que é pequeno, de repente ficou gigante com a ausência dele. Imagino então como será no outro, caso eu me mude sozinha para lá. Mas, apesar disso, graças a Deus estou bem, de verdade mesmo. O sentimento de vazio que vem de vez em quando não chega a me dominar. Estou conseguindo "mandá-lo embora".

Não adianta ficar lamuriando sobre leite derramado, o que passou, passou!
Afinal, a vida está correndo lá fora e tenho muitas coisas importantes a fazer. Se ele optou por permitir que a vida dele parasse mais uma vez, o problema é dele, e eu não tenho culpa disso. A minha vida precisa prosseguir.
Não é isso que aprendemos nos grupos?

Eu tenho pedido a Deus que modifique meus pensamentos para que eu possa aprender a desligar-me com amor e modificar a mim mesma, minha forma de agir e pensar, em todos os campos da minha vida. E Ele tem me atendido, estou muito feliz comigo mesma, com meus progressos. Aprendi isso na literatura C.E.F.E.

Minha oração para ele, tem sido simples, com o propósito de que ele se aceite.
Definitivamente, entreguei a Deus. Acho que Ele pode fazer mais que eu!

Essa semana eu encontrei uma oração de cura e libertação que recebi numa reunião do Amor Exigente, numa época em que meu amado estava totalmente na ativa. É uma conversa simples com Deus, e eu lia todas as noites, às vezes acordava de madrugada e me ajoelhava aos pés da cama para interceder por ele. Confesso que me senti um tiquinho culpada, por não tê-la feito mais depois que meu amor saiu bem da clínica. Na verdade, não me recordo direito quando deixei de ter essa conversa com Deus.

Como eu não acredito em coincidências, apenas em providências, tratei de retomar a oração e pretendo não deixar mais de fazê-la!
A oração é nossa mais forte comunicação com Deus.

Quero partilhar com vocês esse diálogo. Tenho certeza de que pode ajudar bastante àqueles que tem fé, e tenho também a certeza de que Deus nos escuta.

No mais, desejo paz a todos e um ótimo começo de semana.


ORAÇÃO

Senhor, eu te entrego o meu marido (filho, namorado, irmão...) __________, que está dominado pelo vício.
Vós combateis ao meu lado, por isso, eu não sou derrotada, e o meu marido (filho, namorado, irmão...) também não será derrotado pelo vício.
No poder do nome de Jesus, Vosso Filho, e pelo poder de Seu sangue libertador, eu declaro que o __________ estará livre do vício.
E eu posso contemplar, visualizar o meu marido (filho, namorado, irmão...) feliz, livre do vício.
Vós, o meu Pai, combateis ao meu lado, junto comigo. O demônio, o vício, não tem poder maior que Vós, portanto eu declaro que eu sou uma vitoriosa e o meu marido (filho, namorado, irmão...) __________ também é vitorioso sobre todo o mal.
Em nome de Jesus, eu declaro a vitória de Deus em minha vida e na vida vida do __________.
Amém!


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Tocando em frente

E a vida segue...
Hoje voltei ao trabalho, voltei a realidade, fim das férias!

Deus é tão bom para mim que a confusão toda aconteceu nas vésperas de eu retornar a minha rotina diária. Assim a cabeça fica ocupada o dia todo e não dá tempo de pensar besteiras.

Só Por Hoje estou me sentindo muito segura, e até feliz. A solidão, o desespero e o medo não vieram me visitar, graças a Deus!
Acho que o Passo 1 (impotência perante o outro), o Passo 2 (crer num Poder Superior) e o Passo 3 (entrega) já estão bem assimilados dentro de mim. Isso é bom!

Nesses últimos meses, eu estava completamente afundada na autopiedade da codependência e na depressão. Foi então que vi que precisava virar o jogo da minha vida e voltar a sorrir com os olhos. Lutei com todas as forças que existem dentro de mim para sair dessa angústia, e graças a Deus consegui, e num tempo até bem curto.
O tratamento terapêutico de autoconhecimento que fiz, de forma intensiva, durante meu período de férias foi o melhor investimento que eu poderia ter feito para mim mesma.

Aprendi que não posso colocar minha felicidade e minhas frustrações nas mãos dos outros. E aprendi também que não tenho culpa daquilo que não deu certo.
Na verdade eu já sabia disso, mas me recusava a vivenciar. Essa terapia me ensinou a ver os fatos com um outro olhar, ver de fora. Me ensinou a me perdoar de erros cometidos. Quando finalizei o tratamento parecia que um grande peso havia sido retirado das minhas costas. Foi maravilhoso!

Com certeza, ter passado por esse processo de recuperação justo agora, também foi obra de Deus. Não sei como reagiria a essa recaída se eu não tivesse me libertado de todas as culpas e dores que eu estava carregando.

Eu não quero viver com ele se ele optar voltar para a ativa. É claro que vai doer, se essa for sua escolha, mas eu não posso fazer nada.

Hoje eu poderia ter falado com ele, pois é dia de ligação lá na clínica, mas não senti vontade.
Não estou com raiva dele, mas também não estou imune ao acontecido. Espero que ele aproveite esses trinta dias para pensar em como vai agir de agora em diante, mas também não quero ficar pensando nisso.
Aprendi que criar expectativas não é uma coisa saudável para ninguém, pois quando a gente fica idealizando que algo aconteça assim ou assado, e de repente não acontece como planejamos, a decepção é muito grande!
E eu não quero mais me decepcionar!

Lembrando que não querer me decepcionar não quer dizer que não quero nunca mais sofrer. O sofrimento faz parte da vida do ser humano, e muitas vezes é necessário para o crescimento. Já a decepção, ela acontece quando criamos expectativas em algo que não está sobre nosso controle.

De domingo para cá eu tive alguns momentos de luto. E acho que isso é natural, e digo até que é um direito meu, que é saudável. Vivenciamos o luto quando estamos machucados. Deus nos permite viver fases de luto, pois é a partir dele é que vamos dar passos para nossa recuperação, e esses passos podem ser lentos ou não.

Felizmente meu luto não se transformou em tristeza profunda. Acho que já estou conseguindo desviar bem meu foco a ponto de não permitir que meus sentimentos me traiam. A tristeza nos leva a melancolia, a autopiedade e ao sentimento de vítima. A tristeza paralisa a vida (minha vida estava completamente paralisada até bem pouco tempo atrás!).

A música "Tocando em frente", de Almir Sater, é uma das minhas preferidas. Essa canção ensina como viver o luto com sabedoria.

Ando devagar por que já tive pressa 
E levo esse sorriso por que já chorei demais 
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Nada sei. 

Conhecer as manhas e as manhãs, 
O sabor das massas e das maçãs, 
É preciso amor pra poder pulsar, 
É preciso paz pra poder sorrir, 
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente 
Compreender a marcha e ir tocando em frente 
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou. 

Conhecer as manhas e as manhãs, 
O sabor das massas e das maçãs, 
É preciso amor pra poder pulsar, 
É preciso paz pra poder sorrir, 
É preciso a chuva para florir.

Todo mundo ama um dia todo mundo chora, 
Um dia a gente chega, no outro vai embora 
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz 
E ser feliz.

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir, 
É preciso a chuva para florir.

Ando devagar porque já tive pressa 
E levo esse sorriso porque já chorei demais 
Cada um de nós compõe a sua história, 
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.


É isso, minha gente.
É preciso amor para pulsar, paz para sorrir e chuva para florir. Sem a chuva as flores não são tão belas!
Somos responsáveis por compor apenas nossas próprias histórias, e de ninguém mais, e carregamos conosco a capacidade de sermos felizes!.
Quando aprendemos a administrar a dor, nos tornamos mais fortes, sábios.

Pense nisso e reflita muito sobre a letra dessa música.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Duas opções...

Oi...

Na medida do possível levei minha vida de domingo até ontem dentro da normalidade.
Os momentos de desespero, típicos da codependência, não apareceram. Graças a Deus! 
Eu estava participando de um curso perto de casa, e não deixei de ir, apesar de não conseguir me concentrar direito.
Mas não sou tão forte, não consegui me desligar por completo, e às vezes era inevitável segurar as lágrimas, principalmente quando eu me lembrava que era aniversário dele e que poderíamos comemorar lindamente. Nesses dois dias, meu estômago travou e eu mal conseguia comer, além disso, a insônia foi minha companheira. E o resultado da mistura "noites mal dormidas + falta de comida + estresse" foi uma enxaqueca tensional!
Ninguém merece!!

Infelizmente esses sintomas aparecem em qualquer situação estressante que eu me encontre. Espero que eu aprenda a lidar com eles à medida que eu frequente o grupo. Penso que o desligamento emocional cabe em qualquer momento de nossas vidas, não só na dependência química.

Bom, mas vamos aos fatos...

Escolhas...
Outono... Chuvas...

Depois de pouco mais de 48 horas em uso ininterruptos, ele resolveu voltar para casa.
Eu já havia me esquecido do quão lastimável é o estado que ele fica depois de noites de uso compulsivo. Ele estava horrível. Deplorável.

Tão diferente daquele homem lindo, alegre e divertido que estava ao meu lado dois dias antes. Tão diferente daquele homem que dorme comigo todas as noites, me abraça e me chama de "Mamãe Zupinha" (isso porque eu brinco com minha cachorrinha gritando "zupiiiii").

Não era o mesmo homem. Não era o homem que eu amo e que eu quero viver para sempre.

O dia ficou nublado, feio... Não havia flores para perfumar e colorir...

É inevitável tentar compreender o que leva uma pessoa, em sã consciência, a ir atrás de algo tão destrutivo de forma tão compulsiva para ter alguns míseros minutos de prazer. Principalmente se essa pessoa tem família, bom emprego, casa, bons amigos e tudo mais que precisa para ter uma vida linda e confortável.

Putz! É muito irracional! Definitivamente os DQs não são normais!

As malas dele já estavam prontas, na sala. E a fechadura foi trocada.
Ele estava tão alucinado que mal percebeu.

Ele fez a escolha dele e eu fiz a minha.
Decidi que não compactuaria com essa loucura e não iria recebê-lo em casa.
Eu o amo demais, mas isso não quer dizer que tenho que ser conivente com as escolhas erradas dele, não posso e não quero aceitar viver assim. Eu não mereço noites em claro!

Quando ele recaiu em março, uma semana antes de completar um ano limpo, ele se propôs a fazer o tratamento ambulatorial com a psicóloga e o terapeuta.
Mas ele só levou a sério por duas semanas, logo logo ele priorizou outra coisa (o trabalho!), e seu tratamento passou a ser "supérfulo".

E então dei-lhe DUAS opções:
I- 30 dias na clínica para desintoxicação
II- rua

Ele relutou muito, claro... Não admitia ter que voltar para lá. Jurou para os quatro ventos que faria o ambulatorial corretamente e que conseguiria ficar limpo, que já conhecia o programa, já sabia o que tinha que fazer, e blá blá blá...

Uhum! Tá bom!!
(risos! aposto que muitos de vocês já ouviram isso também!)

O cerco fechou... Seu patrão exigiu a mesma coisa.
Ele conhece meu amor há tempos, certa vez chegou a interná-lo, mas ele só ficou 15 dias e tomou o chá do "já tô bom!".
Ao se ver sem saída, ele se rendeu.

É tudo tão triste e feio. Como sempre dizemos, a DQ é cruel, muito cruel.
O adicto, quando resolve usar, não pensa em mais nada, ninguém importa. Mesmo que ele esteja no estágio que o uso seja sinônimo de dor e sofrimento, ele vai usar sem a mínima preocupação de que alguém do mundo real possa estar preocupado.
A ressaca moral vem depois, e aí ele usa mais para sair da ressaca... E vira um ciclo doentio e compulsivo, que vai durar até ele não aguentar mais e cansar.

Nesse momento, dentro de mim, existe uma ausência de sentimentos.
Mas também existe dor.

Hoje tive que resolver as coisas dele: dinheiro, depósito, contas, clientes, etc.

Ele não está aqui. Ele escolheu não estar aqui.
Ele escolheu não participar da arrumação do apartamento novo, não comemorar o aniversário comigo.
E ele escolheu a opção I que eu lhe ofereci.
Pelo menos uma escolha sensata dentre tantas outras estúpidas!!

E quanto a nós dois, o tempo dirá. Vai depender das escolhas dele após esses trinta dias
Só por hoje não quero ele aqui, não quero ouvir sua voz.

Fiquem em paz e boa noite!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Explicando...

Bom, para explicar o post anterior.

Tudo estava lindamente perfeito: eu sai de meu fundo de poço; nada de brigas bobas ou sérias entre a gente; expectativa para a mudança de apartamento; bons empregos; retorno da cumplicidade; boas relações na família; vida social e tudo mais que poderia estar certo.

Mas, no meio do caminho havia uma nuvem...
Ela parecia de algodão, bem branquinha e macia. Era linda!
E veio o vento... Na direção contrária ao que imaginávamos.
E, de repente, tive que lhe dizer que aquilo ali no céu não era algodão, que era, na verdade,  um aglomerado de partículas de água ou gelo em suspensão na atmosfera. E que o vento pode mudar, não vem de um lado só...

Ele não suportou a realidade!

Ele está fora de casa desde a tarde de domingo.
Estávamos em Minas, na casa da irmã dele. Foi a primeira vez que ele participou do aniversário de sua afilhada. Estava tudo tão bem.
Chegamos de viagem, passamos na casa de minha mãe e ele foi fazer um atendimento domiciliar.
Não voltou.

O proprietário do hospital, que o conhece há anos e sabe de todo o problema, logo juntou "dois mais dois" e chegou ao resultado final. Ele me chamou para conversar e tentar compreender o que houve.
Infelizmente não há explicação!

A cidade em que a irmã dele reside é onde ele passou grande parte de sua vida, e foi lá que ele iniciou o uso de drogas. Ele tem "muitos amigos" dessa época lá. É uma cidade pequena, daquelas em que todos se conhecem e todos sabem de sua vida. E que é praticamente impossível ir até a esquina sem esbarrar com alguém.

Eu não me sinto confortável lá. E por mais que eu esteja bem e segura, lá eu fico meio sem chão.
Eu até notei que ele estava meio distante, mas achei que era neurose, pois eu sabia que a insegurança era minha. Preferi não tocar no assunto.
Mas agora sei que eu estava certa!

Estou tentando, na medida do possível, levar a vida, pois ela não pode parar.
A escolha foi dele e não posso fazer nada, não posso impedir nada, sou impotente (Passo Um do Nar-Anon!)

É claro que estou triste, muito mesmo. Não consigo dormir, meu estômago travou e minha cabeça já está doendo (é assim que meu organismo reage quando passo por momentos de tensão, seja ele qual for. Isso independe da codependência).
E tenho um pouco de medo do pior.
Mas sei que essas aflições não vão resolver nada, por isso não entrei em desespero, e senti a presença de Deus aqui comigo, cuidando de mim.

Optei por buscar o lado bom. Sim, para tudo tem um lado bom, até nesse fato!
Ele tentou tirar a "prova dos nove" e errou na conta. Teve a comprovação de que precisava para ver que não pode fazer do jeito dele.

Eu imagino a dor e o sofrimento que ele está sentindo nesse momento. E imagino também o medo que ele está de voltar para casa, afinal, ele jogou todas as relações saudáveis que conquistou nos últimos 16 meses para o alto em troca de "mais uma dose": nosso amor; a relação divertida com minha mãe; a cumplicidade com a irmã; a confiança do seu patrão; o convívio saudável com a mãe; os clientes...

Ele sabe que não irei recebê-lo em casa. E imagina que todos também fecharão as portas.
E isso aumentará o seu desespero, fazendo com que queira fugir mais e mais. Prorrogando a minha angústia e a dele também.

Mas o ato de fechar as portas é necessário para salvar a sua vida.
As portas tornarão a se abrir se ele fizer o certo, que é passar por um período de desintoxicação.

Neste exato momento, ele não tem noção do quanto é amado e do quanto as pessoas estão orando por ele para que ele faça o certo. A frase que escuto é sempre a mesma "Ele é uma pessoa maravilhosa quando está bem..."
Acho que ele e todos os adictos que recaem, fazem isso por não acreditarem o quão maravilhosos são quando estão limpos!

Nesse exato momento ele sabe que se comportou como um crápula (pois a doença faz com que eles se tornem mesmo uns crápulas). O estágio da DQ de meu amor é bem avançado, ou seja, a dor durante o uso é infinitamente maior que o prazer, o que faz com que ele use mais para tentar anestesiar e esquecer.
Loucura!

Hoje (16/7) é seu aniversário e dia de Nossa Senhora do Carmo.
E ele não está aqui comigo. Infelizmente não se pode ter tudo!

Minhas férias acabaram e a vida precisa seguir.
Boas 24 horas!










A direção do vento pode mudar...

"Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção

E tudo ficou tão claro

Um intervalo na escuridão

Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração


A vida imita o vídeo

Garotos inventam um novo inglês

Vivendo num país sedento

Um momento de embriaguez

Somos quem podemos ser

Sonhos que podemos ter


Um dia me disseram

Quem eram os donos da situação

Sem querer eles me deram

As chaves que abrem esta prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum..."



Quando descobrimos que as nuvens não são de algodão, que os ventos podem errar a direção, que somos quem podemos ser e nos permitimos ver as coisas com clareza, sem nos abalarmos, significa que amadurecemos.

Para o DQ, por uma série de fatores, é difícil compreender com clareza essas pequenas situações. E, mesmo depois que ele percebe que a vida não se reduz a um "país das maravilhas" e entra em recuperação encarando todas essas realidades, às vezes ele prefere continuar acreditando em nuvens de algodão.

Tipo, zona de conforto... Medo da realidade.
E é quando a recaída vem com força total!

domingo, 7 de julho de 2013

Um ano, e parece que foi ontem...

Parece que foi ontem...
Nossa, nem me dei conta! O blog completou UM ANO no último dia 2 de Julho!
Agradeço ao carinho daqueles que me acompanham e que me fornecem palavras de carinho e incentivo.
Escrever aqui me faz um bem danado. Gostaria de ter tempo e disciplina para escrever mais, mas nem sempre consigo.

Algumas raras vezes pensei em desistir, em tirar o blog do ar, achando que nada mais tinha sentido, já que minha vida não estava nada bem, eu não tinha mais controle de nada... Então, cadê a Primavera que eu tanto sonhara?! Ainda bem que não cometi essa insanidade!

Nesse tempo que passou, minha vida caminhou como uma montanha russa... Tive vários altos e baixos, acho até que, emocionalmente falando, passei por mais baixos que alto, infelizmente!
A instabilidade emocional e a codependência me pegaram com força total, justo no momento que eu teria tudo para ser feliz, e graças a isso eu tive vários surtos psicóticos. E foi horrível!

De lá pra cá vivemos momentos bons, mas vivemos momentos muito difíceis também, frutos de todo o núcleo da doença, tanto da minha quanto da dele. Cheguei a pensar que não conseguiríamos, mas no fundo, lá no fundo, eu sempre soube que nascemos um para o outro, e que superaríamos...

Um ano de blog...
E quase um ano de vida a dois...

Ele chegou a usar duas ou três vezes desde que saiu da clínica, e seu uso durou uma noite, chegou a tempo de ir trabalhar. Mas eu juro que nem me lembro desses episódios, não desperdiço meu tempo sofrendo por isso. Passou...
Graças a Deus ele não chegou a voltar ao uso frequente (fase ativa). Ele tem muita consciência de como voltará a ser sua vida se ele optar a viver com ela. Ele sabe de sua compulsão, e que jamais conseguiria usar controladamente, só de vez em quando!
Ele está cada dia melhor no trabalho, mais confiante, mais seguro de que é um bom profissional. Cada conquista realizada seus olhos brilham, e ele fica como criança. Às vezes ele pensa em voz alta, e lança comentários relacionados às perdas que terá se voltar para a ativa.
Isso é bom!

Meu adicto segue limpo, livre, leve, solto e feliz!

E eu... Bom, quanto a mim, digo apenas que gastar minhas economias com esse tratamento foi o melhor investimento que já fiz em toda a minha vida.
Aprendi a me olhar por outro ângulo.
Consegui enxergar quem eu realmente sou de uma forma que eu me recusava a ver, e descobri também porque estou aqui. Entendi o quanto sou preciosa para Deus e para os outros. Aprendi que as culpas que eu carregava não me pertencem.

Estou muito feliz, muito em paz... Confesso que ainda não tomei posse por inteiro de tudo de lindo e maravilhoso que vivenciei nesses últimos dias. Afinal, foram anos e anos de isolamento, culpas, solidão e medos. Minha vida está se transformando, desabrochando, estou renascendo. E até prefiro tomar posse dos novos sentimentos vagarosamente, para que eu possa apreciá-los com mais intensidade.

As reuniões do Nar-Anon também estão me ajudando, me fazendo crescer e a me olhar com outros olhos...

Pessoas boas estão entrando em minha vida. (Na verdade, sempre tive a graça de atrair pessoas de bem!)

Muitas coisas boas estão acontecendo com a gente.
Primavera... Flores... Estações...
Amadureci de forma a compreender o quanto o outono e o inverno são necessários para as belas flores da primavera.

Eu já sabia que minha felicidade só dependia de mim mesma, mas não aceitava isso. Mas agora eu aceitei, e, de repente, tudo se transformou, como num piscar de luzes!

Eu e meu amor estamos nos apaixonando mais a cada dia. Estamos vivendo uma fase deliciosamente feliz!
Voltamos a ter vida social, estamos nos divertindo e superando nossos medos.

Pode parecer insano o que vou dizer, talvez apenas quem tenha consciência do quanto a codependência é autodestrutiva entenda, mas o fato é que tenho que agradecer a Deus o dia em que um adicto entrou em minha vida. Agradecer por todo o inferno vivido durante a fase ativa. Agradecer pelos meus fundos de poço emocionais...

Loucura??
Bom, precisei olhar por esse lado para crescer.

Mas é que foi vivendo toda essa insanidade que eu descobri o quanto eu era emocionalmente doente.
No meu caso, não há histórico de adictos em minha família, e não foi meu DQ que me deixou assim. Eu tenho traumas que me acompanham desde a infância, que fizeram parte de minha história de vida, mas que eu não tinha noção do quanto estavam me destruindo. Minha doença potencializou quando eu passei a viver com ele.
Sendo assim, se não fosse toda essa dor, eu jamais teria procurado ajuda com a real noção de que minha vida estava completamente descontrolada. Jamais eu teria a noção de que eu nunca soube o que é viver para mim, pois eu sempre vivi para o outro, e achava que isso era o certo!

Estou muito feliz com minha vida.
E não me arrependo por nenhum segundo sequer das minhas escolhas!

Lindas e floridas 24 horas para cada um!


Ah, acho que dentro de um mês e meio já estaremos na nossa casa nova!
!!!Felizdemaisdaconta!!!