domingo, 22 de fevereiro de 2015

Contrários

Saudações e saudades...

Às vezes sinto vontade de vir aqui, Às vezes não.
Hoje deixei a vontade de escrever prevalecer e vim dar um "oizinho"!

Já se passaram oito meses...
Às vezes penso que os oito meses correram dentro de seu curso normal, às vezes sinto que o tempo parou, outras vezes acho que o tempo voou e já tem muito mais que uma eternidade.
Em oito meses de separação eu não pedi a Deus que o trouxesse de volta para mim um dia sequer.
Ele resolveu seguir outros rumos e eu sei que é mais saudável para mim aceitar essa realidade.

Não...
Eu não pedi a Deus e cada dia mais desejo não pedir que o traga de volta.
Eu só peço a Deus que seja feito conforme a vontade Dele.

Amar é permitir a liberdade.
Amar é deixar ir, principalmente quando percebermos que a presença pode ser nociva.

Em oito meses eu não culpei a Deus por um segundo sequer, não senti raiva Dele, não me voltei contra Ele.
Nada.

Ao contrário, a sensação que eu tenho é de ter desapontado a Deus.
Não é um sentimento de culpa em relação ao adicto, sei muito bem da minha impotência perante ele e que fiz, absolutamente, TUDO que eu podia.
Não sei explicar bem, mas a sensação de ter fracassado com Deus existe.
E isso é o que mais me doeu nesses oito meses!

Esse sentimento fez com que minhas orações se modificassem. A sensação de ter falhado me travou bastante para orar.
Não deixei de confiar, de acreditar que Ele quer o meu melhor em nenhum momento, mas sinto uma espécie de "vergonha" de pedir qualquer coisa e, ao receber a graça, decepcioná-Lo novamente.

Mas, em contra partida, eu sinto muita gratidão e mesmo nos momentos mais vazios eu agradeci.

A única coisa que me sinto no direito de pedir é que Ele tire do meu coração toda a saudade que permaneceu.

São oito meses de ausência e de presença.
Desencontros.
E alguns encontros .
Algumas lágrimas.
Muitos sorrisos.
Mágoas.
Perdões.
Mãos separadas e mãos unidas.
Ofensas e abraços.
Oito meses de pressentimentos sobre suas recaídas.
Oito meses de ausências.
E de presenças...

Nas ausências: tsunamis e calmarias...
Nas presenças: calmarias e tsunamis...

Sentimentos e situações contrárias: essa é minha rotina!


"...Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar
Porque encontrou na derrota algum motivo pra lutar
E assim viu no outono a primavera
Descobriu que é no conflito que a vida faz crescer

Que o verso tem reverso
Que o direito tem um avesso
Que o de graça tem seu preço
Que a vida tem contrários
E a saudade é um lugar
Que só chega quem amou
E o ódio é uma forma tão estranha de amar

Que o perto tem distâncias
Que esquerdo tem direito
Que a resposta tem pergunta
E o problema, solução
E que o amor começa aqui
No contrário que há em mim
E a sombra só existe quando brilha alguma luz..."
(Contrários, trecho - Pe. Fábio de Melo)